sexta-feira, 6 de abril de 2012

MALETA


Moro só.
Ninguém me quer, exceto minha mãe, que já morreu.


INSETO

Das vinte e quatro horas que vivi,
vinte e três fiquei preso em uma teia de aranha.

CHITA E TARZÃ

Símios, demasiadamente  símios.
Quero trepar com a minha geladeira.
Símios fedorentos. Deuses congelados.
Civilização e barbárie.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

BOX 9


UTI.
Alguém morre.
Falência múltipla de órgãos.
Estado terminal.
Na hora da morte, não há poesia.

FRANGA CONTEMPORÂNEA

 

                                           
 Pobre Nietzsche,
Tanta luta contra o amolecimento moderno!
Nada de super-homens.
Só frangas.
E de granja.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

SÓCRATES CONTEMPORÂNEO

Hoje, encontrei nosso Sócrates.
Mendigo, doido e só.
Nem por isso menos sábio.
Hoje, uma nova caverna se forma.
Escutemos Álvares de Azevedo: a ciência é falsa e esquiva,
ela mente e embriaga como o beijo de uma mulher.
Vadia.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

TRAPAÇA

Ouvi no Bar do T.
Servilismo da lingua.
"Capa reativa", diz um.
Trapacear a língua.
Literatura, trapaça salutar.
Não estou me sentindo nada bem.
                                 Para melhorar, a ciência é grosseira.
                                 A vida nada sutil.